25 de fevereiro de 2009

Quando...o amor se divorcia do sexo



Uma noticia da :http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL998653-5602,00-O+AMOR+SE+DIVORCIA+DO+SEXO.html

Muito se fala da emancipação do sexo, em relação ao amor, mas pode o amor tornar se independente do sexo? O debate vem à tona enquanto emerge o movimento "assexual" como "quarta orientação sexual" e muitos casais preservam o núcleo romântico e buscam a sexualidade fora dele.

"Não tem nada a ver com a promiscuidade. Simplesmente, há cada vez mais gente que aceita que é muito difícil encontrar todos os estímulos em uma só pessoa",explica à Agência Efe Anthony Bogaert, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Brock, em Ottawa, no Canadá e especialista em sexualidade.


O amor aspira actualmente a sobreviver a este "divórcio", apesar dos esquemas tradicionais. "Ainda são pessoas sexuais, mas perderam o apego sexual ao seu companheiro, embora não o romântico", especifica, às vésperas do dia de São Valentim (dia dos namorados nos Estados Unidos e em países da Europa).


"O amor e o sexo estão geralmente separados. Os casais que mais se amam, os que se conheceram aos 12 anos, foram ao colégio e à universidade juntos e depois se casaram, não são os que mais gozam", afirma à Efe Miguel Oscar Menassa, diretor do Grupo Zero de Poesia e Psicanálise.

Ele acrescenta: "Muitas mulheres têm seu primeiro orgasmo fora do casal. Depois, gozam com o companheiro, mas primeiro, para ter uma boa sexualidade é preciso aprender a não respeitar demais o objecto sexual".
Mesmo assim, "o ideal continua sendo poder conjugar que aquilo que eu amo também é aquilo que eu desejo", mas isso "ocorre muito poucas vezes" e, nesses casos, também pode ter uma duração restrita, diz Menassa.
"As consultas estão cheias de casais de apaixonados que não conseguem ter relações. Eles se transformam em impotentes e elas, em frígidas", explica Menassa.


Além dos caminhos divergentes que o amor toma em relação ao sexo, começa a ganhar força um grupo que se reivindica como a quarta orientação sexual:
os assexuais
.

Para a visão psicanalítica de Menassa, isso não existe. "Separamos a sexualidade da 'genitalidade'. A sexualidade é muitas coisas na actividade humana e uma função vital imprescindível", rebate.

No entanto, Bogaert, em seus estudos, avalia que, enquanto muita gente "não quer sexo pela relação afectiva", também existem outras pessoas "que simplesmente não têm interesse nem atracção pelo sexo".

Os assexuais, segundo os analistas, formam entre 1% e 3% da população, nos quais muitos incluem figuras célebres como Salvador Dalí, Frédéric Chopin e Isabel I da Inglaterra.
"É muito difícil para o assexual encontrar um companheiro, e uma indubitável fonte de stress", reconhece Bogaert.

Assim nasceu o
Platonic Partners (www.platonicpartners.co.uk)
, um site de contatos para encontros amorosos libertados do -para seus adeptos- "jugo" do sexo.


Ou, para entender o fenómeno mais amplamente ou "se juntar" a ele, nasce a Assexual Visibility and Education Network (www.asexuality.org) -existe ainda um site dedicado ao assunto em português (http://www.assexualidade.com.br).
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