11 de janeiro de 2011

Amanhã defesa da Tese de Investigação:Poliamor e Cultura Contemporânea / Cibercultura




A abrir o ano....

Se vai estar amanhã por Lisboa cá está um momento que não deve perder o assunto não podia ser mais interessante...Daniel Cardoso, apresentará os resultados da sua investigação na área do POLIAMOR.

Aqui ficam todas as referencias para que consiga lá chegar assim como o resumo gentilemente cedido pelo autor.

(Boa sorte Daniel ;-) )
Local:
Dia 12 de Janeiro, às 15h, no Auditório 1, da FCSH - UNL, torre B.

----ABSTRACT----

Esta tese tem como objectivo principal determinar se os utilizadores da mailing list alt.polyamory, ao verterem as suas experiências pessoais em texto, estão ou não a incidir em práticas queer de questionamento da normativização monogâmica e heterocêntrica, agindo como agentes auto-reflexivos que procuram cuidar de si (gnothi seauton) através da escrita (etopoiética) e leitura de si, ao invés de serem motivados pela tecnologia confessional; se, por analogia, o poliamor pode ser considerada como uma identidade queer. Dado que o poliamor é uma iteração da relação pura de Giddens, os desafios e contradições que apresenta colocam desafios específicos aos sujeitos, e necessitam de ser interpretados à luz das interacções entre dispositivo de aliança e de sexualidade. Recorreu-se também à elaboração teórica sobre a natureza das comunidades virtuais contemporâneas para contextualizar a recolha de dados. Para obter uma resposta, analisaram-se as trocas de emails iniciadas por utilizadores recém-chegados durante o ano de 2009, utilizando análise estatística, análise de conteúdo e análise de discurso. Os resultados apontam para uma diferenciação entre o grupo de recém-chegados e o grupo nuclear da mailing list, sendo que só os últimos mantêm, na lista, práticas potencialmente não-hegemónicas de subjectivação. O poliamor é então identificado como sendo, mais do que uma prática sexual, um posicionamento moral que envolve profundamente o sujeito na sua produção de si, e onde a parrhēsia (franqueza) é o principal elemento avaliativo da moralidade do sujeito poliamoroso. Esta parrhēsia é fundamental para a manutenção da autonomia do Eu, pelo que ela é oferecida mas também exigida do Outro; a equidade da relação de alteridade é fundamental para o sujeito que, sem o Outro, não se pode constituir como tal. Se tudo isto permite ao indivíduo questionar o horizonte de possibilidades daquilo que o constitui como sujeito, abre também a porta a uma possível hegemonização desta moral para todas as relações de intimidade.

PALAVRAS-CHAVE: poliamor, alt.polyamory, cuidado de si, escrita de si, parrhēsia, queer, intimidade, relação pura, sexualidade, individualização, comunidade virtual

Imagem daqui

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